Perfil energético – Cuba

Fonte: Global Energy Monitor

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Páginas relacionadas:

Matriz de combustível (combustíveis fósseis versus renováveis)

Geração de eletricidade por fonte 2019, fonte: Olade

Petróleo e gás natural são responsáveis por cerca de 80% do suprimento total de energia de Cuba. Biocombustíveis e resíduos compõem a maior parte dos 20% restantes.[1]

Em 2020, 95,1% da eletricidade gerada em Cuba veio de recursos não renováveis ​​e os 4,9% restantes de fontes renováveis ​​(3% biomassa, 0,8% solar, 0,6% hídrica e 0,5% eólica).[2] Cuba pretende ter 24% da geração de energia elétrica através fontes renováveis até 2030.[3][4] De acordo com o INDC de Cuba, o compromisso é com 19 usinas bioelétricas movidas a resíduos de madeira e/ou cana-de-açúcar (755 MW), 13 parques eólicos (633 MW), energia solar fotovoltaica (700 MW) e 74 centrais hidrelétricas pequenas, compondo um total de 2.144 MW de energia renovável até 2030.[4][5]

Cuba deve acelerar sua transição energética para cumprir sua meta de energias renováveis e, ao mesmo tempo, gerar eletricidade confiável e acessível.[6][7] Atrair investimentos estrangeiros diretos vitais é fundamental para a transição energética cubana.

Evolução das emissões de CO2 por setor, fonte: OLADE

Metas de emissões de gases de efeito estufa

Cuba não tem um sistema adequado para medir, relatar e verificar suas emissões de gases de efeito estufa, mas listou o estabelecimento de tal sistema como um objetivo para seu alinhamento ao Acordo de Paris.[8]

Agências governamentais de energia e outros players principais

Ministério nacional de energia

O MINEM (Ministerio de Energía y Minas) é responsável pelos setores energético, mineral e geológico de Cuba.

Agências licenciadoras e regulatórias

O CITMA (Ministerio de Ciencia, Tecnología y Medio Ambiente de la República de Cuba) tem como responsabilidade a autorização de licenças ambientais, a supervisão da política e das pesquisas ambientais, e garantir que os projetos de energia sejam operados de maneira sustentável.[9]

Empresas concessionárias de energia elétrica

A UNE (Unión Eléctrica) é responsável pela geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.[10]

Companhia petrolífera nacional

A CUPET (Unión Cuba-Petróleo) é a empresa petrolífera estatal e a maior empresa de petróleo de Cuba.

Outras empresas de energia

Outras empresas que operam no setor de energia de Cuba: Energas, Inter RAO, Zerus, Havana Energy e Siemens.[4]

Dados de emprego do setor de energia

De acordo com dados de março de 2016, a CUPET empregava 24.000 cubanos.[11]

Uso de eletricidade

Capacidade instalada

Em 2020, a capacidade de geração instalada de Cuba era de 6661 MW. Os combustíveis fósseis representaram 81,3% da capacidade e os renováveis ​​os restantes 18,7%.[2]

Produção

Taxa de eletrificação, fonte: OLADE

Em 2020, Cuba produziu 19,1 TWh de eletricidade.[2]

Demanda

A demanda por eletricidade aumentou em resposta à demanda por ar condicionado e refrigeração devido ao desenvolvimento do setor de turismo em Cuba.[4] Com o agravamento da crise venezuelana, Cuba tem enfrentado dificuldades crescentes para atender às demandas de eletricidade.[4]

Consumo

Em 2016, Cuba consumiu 16,16 bilhões de kWh de eletricidade.[12]

Carvão em Cuba

Cuba não produz nem possui reservas de carvão. Após um período de consumo alto de carvão no início dos anos 90, hoje em dia Cuba importa anualmente pequenas quantidades de carvão, e ele não perfaz uma parte importante da matriz energética.[13]

Petróleo e gás natural em Cuba

Produção interna nacional

Reservas comprovadas de petróleo e gás, fonte: OLADE

Cuba produziu 50.000 barris por dia de petróleo bruto em 2018, consumindo 124 milhões de barris de reservas comprovadas de petróleo bruto.[12] Cuba produziu 104.100 barris/dia de produtos petrolíferos refinados em 2015.[12] Cuba produziu, em 2017, 1,189 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Em janeiro de 2018 ainda tinha 70,79 bilhões de metros cúbicos de reservas comprovadas de gás natural.[12]

Consumo

Em 2016, Cuba consumiu 175.000 barris/dia de produtos petrolíferos refinados.[12] Cuba consumiu 1,189 milhões de metros cúbicos de gás natural em 2017.[12]

Importações e países de origem

Cuba importava a maior parte de seu suprimento de petróleo da Venezuela a preços subsidiados, mas as importações de petróleo da Venezuela caíram muito com o agravamento da crise no país exportador.[14] As necessidades de fornecimento de petróleo em Cuba são complementadas com importações da Rússia.[15]

Novas fontes e projetos propostos

Cuba prevê a assinatura de novos contratos com investidores estrangeiros para exploração e descoberta de petróleo nos próximos anos. Os planos de Cuba para 2019 a 2021 são para o licenciamento de 24 blocos em águas profundas em sua ZEE (Zona Econômica Exclusiva) no Golfo do México, através de um modelo PSA (Contrato de Partilha da Produção).[16][17]

Transporte

O petróleo chega a Cuba em navios petroleiros. A Transalba, principal empresa transportadora, é propriedade conjunta da Venezuela e de Cuba.[15]

Energia renovável em Cuba

Os empreendimentos em energia renovável mais promissores em Cuba são a solar e a eólica, mas a biomassa, a energia hidrelétrica e a energia oceânica também estão sendo consideradas.[4] O bagaço (resíduo de polpa seca, subproduto da produção do açúcar) é uma fonte importante de biomassa para a geração de energia renovável em Cuba, mas entrou em declínio junto com a indústria açucareira.[4] A intenção de Cuba é alocar US$ 3,5 bilhões para o desenvolvimento de energias renováveis até 2030.[4]

Em agosto de 2021, em resposta aos protestos sobre a frustração econômica mais ampla, o governo cubano afrouxou as restrições à importação e instalação de equipamentos de energia renovável para lidar com a escassez de energia na ilha.[18] 225 MW de capacidade de energia renovável estavam operando na ilha em agosto de 2021.[18]

© 2020 The World Bank, Source: Global Solar Atlas 2.0, Solar resource data: Solargis.

Em dezembro de 2021, o Ministério de Energia e Minas instruiu o Departamento Elétrico a iniciar os contratos de operação e instalação de usinas solares.[19] No início de 2022, Cuba iniciou o processo de seleção de empresas para realizar projetos de usinas solares no valor de 900 MW na ilha.[20][21]

Ferro e aço em Cuba

Entre 2020 e 2030, Cuba pretende incentivar o crescimento de suas indústrias de ferro e aço através de investimentos nacionais e estrangeiros, assim como com o uso de matérias-primas cubanas.[22] As siderúrgicas em Havana e Las Tunas estão sob um cronograma de modernização para atingir a meta nacional de 480.000 toneladas de lingotes e 460.000 toneladas de laminados após 2025.[22] A Rússia manifestou interesse em investir no setor de ferro e aço cubano.[22]

Impactos ambientais e sociais da energia em Cuba

Por ser uma nação insular, Cuba corre um alto risco de sofrer os impactos das mudanças climáticas, incluindo períodos de seca, clima extremo, furacões e aumento do nível do mar.[4] O ativismo ambiental está em ascensão em Cuba, mas em 2019 estava seu foco era principalmente na poluição das praias e na proteção dos animais.[23] Os ativistas atuantes em projetos mais polêmicos podem ser sujeitos a prisões arbitrárias, censura, perseguição ou limitações ao direito à liberdade de expressão na internet.[24] Os afro-cubanos são afetados de forma desproporcional nos aspectos social, ambiental e econômico pela falta de proteções ambientais adequadas por parte do governo cubano.[24]

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  6. Brizuela, Luis (2022-02-23). "Cuba dobla la apuesta en la expansión de las energías renovables". IPS Agencia de Noticias (in español). Retrieved 2022-05-03.
  7. Brizuela, Luis (2021-09-30). "Crisis eléctrica en Cuba refuerza necesidad de acelerar la transición energética". IPS Agencia de Noticias (in español). Retrieved 2022-05-03.
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  24. 24.0 24.1 "Situation of Human Rights in Cuba" (PDF). Inter-American Commission on Human Rights. February 3, 2020.{{cite web}}: CS1 maint: url-status (link)