Perfil energético – Panamá
Matriz de combustível (combustíveis fósseis versus renováveis)
Atualmente, a matriz energética do Panamá depende principalmente do petróleo importado.[1][2][3][4]
No setor elétrico, a energia hídrica também desempenha um papel crucial, sendo responsável por cerca de 43,9 % da capacidade instalada e 67,2% da geração total em 2020.[1] Outras fontes renováveis, como a eólica e a solar, fornecem uma porcentagem pequena (mas crescente) das necessidades elétricas do país.[1][5]
O PEN (Plan Energético Nacional) 2015-2050 tem como alvo aumentar drasticamente o uso de energia renovável no Panamá até alcançar 70% da matriz energética do país.[6][7]
Metas de emissões de gases de efeito estufa
O Panamá pretende ser neutro em carbono até 2050, parcialmente enfatizando a restauração florestal para absorver as emissões de CO2.[8] O Panamá Sustentável: O programa Reduce Your Footprint (Reduce tu Huella, Reduza a Sua Pegada) abrange todos os ministérios do governo, o Canal do Panamá, logística, construção, silvicultura, agricultura, turismo, academia e setor financeiro. Ele visa reduzir as emissões de GEE de todos os participantes, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.[9][10] Em 2021, o Canal do Panamá começou oficialmente a descarbonizar suas operações, a fim de ser neutro em carbono até 2030.[11] Os planos do governo também pedem o aumento do uso de veículos elétricos para reduzir as emissões de combustíveis fósseis.[4][12]
Agências governamentais de energia e outros players principais
Ministério nacional de energia
O SNE (Secretaría Nacional de Energía) trabalha sob o gabinete do Presidente do Panamá para avançar com o planejamento e a política energética.[13]
Agências licenciadoras
O Ministério do Meio Ambiente (Ministerio de Ambiente) é o responsável pelo licenciamento e pelas Avaliações de Impacto Ambiental.[14]
Agências regulatórias
A SNE é responsável pelo marco regulatório da política energética.[14] A ASEP (Autoridad Nacional de los Servicios Públicos) é responsável pela regulamentação do setor elétrico no Panamá.
Empresas concessionárias de energia elétrica
A ASEP supervisiona todos os aspectos do setor elétrico panamenho.[15]
Companhia petrolífera nacional
O Panamá não tem uma empresa nacional de petróleo.
Principais empresas de energia
A Naturgy é a principal distribuidora de energia no Panamá.[16] A Terpel e a EPAPetrol são as principais empresas de petróleo e gás no Panamá.
Dados de emprego do setor de energia
Em 2020, menos de 20% dos panamenhos trabalharam no setor industrial (que inclui empregos relacionados à energia).
O governo panamenho observou a importância de trabalhar para reciclar os trabalhadores cujos empregos foram eliminados durante o afastamento dos combustíveis fósseis.[17] Um plano de recuperação para 2021 da COVID-19 elaborado pela ONU concluiu que 15.000 empregos líquidos adicionais poderiam chegar ao Panamá até 2024, concentrando-se em uma recuperação verde.[18]
Uso de eletricidade
Capacidade instalada
A capacidade instalada de eletricidade no Panamá aumentou continuamente na última década.[14] Em 2020, o país tinha 4.116 MW de capacidade instalada, contando com um mix de combustíveis fósseis (44,2%), energia hidrelétrica (43,9%), eólica (6,6%) e solar (5,2%).[1]
Em 2021, 94% dos panamenhos tinham acesso a eletricidade confiável[1][17]; no entanto, nas áreas principalmente indígenas, as taxas médias de acesso são drasticamente diferentes; nos domicílios da Comarca Ngöbe-Buglé com eletricidade confiável cai para aproximadamente 4%.[17]
Produção
O Panamá produziu 10,9 TWh de eletricidade em 2020; a energia hidrelétrica representou 67,2% de toda a energia gerada, seguida por combustíveis fósseis (24,3%), energia eólica (5,3%), solar (2,9%) e outras fontes renováveis (0,3%).[1] A EGESA (Empresa de Generación Eléctrica S.A.) é a empresa estatal do setor elétrico que é a responsável pelo desenvolvimento de projetos no mercado de geração de energia.[14]
Demanda
O Panamá é o maior consumidor de energia da América Central, importando mais de 80% de sua energia.[19] Para atender à demanda dos consumidores, o Panamá faz parte do SIEPAC (Sistema de Interconexão Elétrica dos Países de América Central), a rede de transmissão elétrica que conecta os países da América Central.[20]Em 2014, os setores comercial e público consumiram 58% da eletricidade total.[14] Três distribuidoras são responsáveis pela distribuição de energia no Panamá: A ENSA, a Edemet e a Edechi.[21]
Consumo
A eletricidade é distribuída por meio do sistema nacionalmente interconectado do Panamá (SIN).[14] Devido ao uso da energia hidrelétrica pelo Panamá, os preços da energia elétrica são afetados pelos padrões climáticos.[14]
Carvão no Panamá
O Panamá não produz carvão e, não tendo novas fontes ou projetos. Em 2016, o consumo anual do país foi de 330.693 toneladas curtas de carvão importado, o que colocou o Panamá na 86º posição mundial em consumo de carvão.[22]
Em setembro de 2021, o ministro da Energia do Panamá anunciou um impulso para a energia limpa com a intenção notável de acabar com o uso do carvão nas usinas de energia até 2023.[23] No final de 2021, a usina termelétrica de Bahía las Minas deixou de operar[24][25], enquanto a mais nova usina de Cobre Panamá se comprometeu a converter para gás natural até dezembro de 2023.[26]
Em 2014, cerca de 15 milhões de toneladas de carvão térmico passaram pelo Canal do Panamá.[27] O canal é uma passagem importante para os embarques de carvão colombiano para a Ásia e para a costa do Pacífico da América do Sul.[28]
Petróleo e gás natural no Panamá
Produção interna nacional
O Panamá não produz petróleo bruto ou gás natural.[20]
Consumo
O Panamá consome 1,61 galões de petróleo per capita/dia (em 2016), ou 14 barris per capita/ano.[29]
Importações e países de origem
Os Estados Unidos são os principais fornecedores de óleo combustível para o Panamá, junto com Equador, Peru e México.[30]
Novas fontes e projetos propostos
O Panamá se comprometeu a eliminar gradualmente as usinas de energia que queimam diesel e outros combustíveis pesados até o final de 2023; a capacidade desativada será substituída pela usina de gás natural Gatun de 670 MW, com início de operação programado para 2024.[4]
Transporte
O Trans-Panama pipeline transporta o petróleo entre as costas do Atlântico e do Pacífico.[20]
Energia renovável no Panamá
O setor de energia renovável do Panamá atualmente depende fortemente da energia hidrelétrica, e o Plano Nacional de Energia 2015-2050 visa diversificar a matriz energética do Panamá para evitar a dependência.[7] As iniciativas governamentais exigem maior ênfase na energia eólica e solar e na substituição do petróleo importado por biocombustíveis.[4] Em 2022, o governo anunciou planos para desenvolver o maior centro de produção e distribuição de biocombustíveis do mundo; a proposta Biorefinaria Ciudad Dorada, programada para começar a operar em 2027, produziria combustível de aviação sustentável (SAF) e outros biocombustíveis a partir de graxa residual e óleos vegetais cultivados para fins específicos.[31]
Impactos ambientais e sociais da energia no Panamá
Eventos climáticos extremos (especialmente secas e inundações, que afetam as usinas hidrelétricas) são a principal preocupação para a infraestrutura, produção e distribuição de energia no Panamá.[14] A produção de energia verde é uma prioridade para o país, assim como a troca para veículos elétricos, gerando mais energia eólica e solar e monitorando o uso de água do Canal do Panamá durante os períodos de pouca chuva.[32]
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