Perfil energético – Uruguai
Matriz de combustível (combustíveis fósseis versus renováveis)
Em 2020, as energias renováveis representavam 75,8% da capacidade elétrica do Uruguai, com não renováveis representando os 24,2% restantes (comparado com 29% em 2016).[1][2] Em termos de geração, 94% da eletricidade do Uruguai foi gerada a partir de fontes renováveis em 2020; os combustíveis fósseis, que geravam quase 40% da eletricidade do Uruguai há uma década, agora representam uma fração muito menor.[1][3]
Metas de emissões de gases de efeito estufa
O governo uruguaio afirma se focar em reduzir as emissões do setor energético para não prejudicar os sistemas agrícolas, que representam 76% das emissões e 70% das exportações nacionais.[4] Em 2017, a redução das emissões de gases de efeito estufa no Uruguai atingiu 88% em comparação à média do período de 2009 a 2013.[5] O Uruguai pretende ser neutro em carbono até 2030.[6]
No entanto, o governo ainda estava finalizando sua estratégia nacional de descarbonização na COP 26 de novembro de 2021.[7]
Agências governamentais de energia e outros players principais
Ministério nacional de energia
A MIEM (Ministerio de Industria, Energía y Minería) é responsável pela formulação e promoção das políticas industriais, energéticas e de mineração do Uruguai.
Agências licenciadoras
A DINAMA (Dirección Nacional de Medio Ambiente) emite licenças para qualquer projeto que tenha o potencial de ser prejudicial ao meio ambiente.
Agências regulatórias
A URSEA (Unidad Reguladora de Servicios de Energía y Agua) é responsável pela regulamentação do setor elétrico e de água.
Empresas concessionárias de energia elétrica
A UTE (Administración Nacional de Usinas y Trasmisiones Eléctricas) é responsável pela rede elétrica do Uruguai, incluindo geração, transmissão, distribuição, comercialização e assistência técnica.
Companhia petrolífera nacional
A ANCAP (Administración Nacional de Combustibles, Alcohol y Portland) é a empresa estatal responsável pela importação, refino e distribuição de derivados de petróleo.
Dados de emprego do setor de energia
O setor de energia renovável empregava mais de 11.000 trabalhadores no Uruguai (em setembro de 2018).[8]
Uso de eletricidade
Capacidade instalada
Em 2020, o Uruguai tinha 4,9 GW de capacidade instalada de geração elétrica, com a energia hídrica (31,2%) e eólica (30,7%) representando as maiores participações.[1]
Produção
Em 2020, o Uruguai produziu 13,5 TWh de eletricidade, sendo 40% de energia eólica, 30% de hidrelétrica, 20% de biomassa, 6% de combustíveis fósseis e 4% de energia solar.[1]
Demanda
Em 2020, 100% da população tinha acesso à eletricidade.[2] A UTE está gastando US$ 960 milhões no período de 2020 a 2025 para instalar uma nova infraestrutura de transmissão elétrica.[9]
Consumo
Em 2016, o Uruguai consumiu 10,77 bilhões de kWh de eletricidade.[2]
Carvão no Uruguai
O Uruguai não produz, consome ou importa carvão.[10]
Petróleo e gás natural no Uruguai
Produção interna nacional
O Uruguai não produz petróleo bruto e o país não tem reservas comprovadas.[2] O Uruguai produziu 42.220 barris/dia de produtos petrolíferos refinados em 2015.[2] O Uruguai não produz gás natural e não tem reservas comprovadas.
Consumo
Em 2016, o Uruguai consumia 53.000 barris/dia de produtos petrolíferos refinados.[2] O Uruguai consumiu 70,79 milhões de metros cúbicos de gás natural em 2017.[2]
Importações e países de origem
O Uruguai importou, em 2015, 40.200 barris/dia de petróleo bruto.[2] O Uruguai importa todo o gás natural que utiliza.[2] O Uruguai importa gás natural principalmente da Argentina, por meio do Gasoducto Cruz del Sur.
Novas fontes e projetos propostos
Em maio de 2021, não havia novos projetos propostos para petróleo e gás no Uruguai.
Transporte
O gás é transportado da Argentina para o Uruguai via Gasoducto Cruz del Sur.
Energia renovável no Uruguai
A taxa de geração de eletricidade do Uruguai a partir de fontes renováveis (98%) está entre as mais altas do mundo[11], liderada pela energia eólica e a hidrelétrica.[1][12] O crescimento da energia eólica tem sido especialmente forte nos últimos anos, com a energia eólica superando a hídrica em 2020 pela primeira vez na história do Uruguai.[13] Em 2021, o Uruguai gerou 47% de sua eletricidade a partir de energia eólica e solar combinadas[14] (em comparação com 36% em 2019[5]), ocupando o segundo lugar no mundo, atrás da Dinamarca.[13][14]
O Uruguai aumentou a energia renovável agregada em 93% após a assinatura do Protocolo de Kioto (em 1997).[15] Em 2006, o Uruguai tornou-se um dos primeiros países da América Latina a realizar leilões nacionais de energia com foco no comissionamento de projetos de energia renovável.[11] Após um período de estagnação por volta de 2007, o setor de energia renovável voltou a crescer de forma prevalente por volta de 2010, com ênfase na energia eólica e na energia hidráulica.[6] O país deixou de depender das importações de energia da vizinha Argentina devido à adoção de energia renovável. A diversificação do setor de energia renovável tem sido muito benéfica para o Uruguai, gerando redução dos custos da energia elétrica e das emissões de gases de efeito estufa.[5][16]
A energia hidrelétrica respondia por aproximadamente um terço da geração elétrica em 2020, e o governo uruguaio tem planos para modernizar suas usinas hidrelétricas.[12] As secas devido às mudanças climáticas são a maior ameaça à matriz energética uruguaia. Em novembro de 2021, o Uruguai estava produzindo um excedente de energia eólica e o crescimento do setor deve ser parte do desenvolvimento da indústria do hidrogênio verde.[12] Projetos de microgeração solar estão crescendo em popularidade no Uruguai devido à Lei de Promoção de Investimentos que incentiva o uso de tecnologias solares. O Uruguai mantém um site governamental atualizado sobre desenvolvimentos solares.[12] A biomassa de madeira, gado, e óleos comestíveis é outra forma importante de geração de energia no Uruguai, respondendo por 15% em 2019.[12]
Um projeto piloto de hidrogênio verde está em andamento no Uruguai.[17][18]
Ferro e aço no Uruguai
O Uruguai importa ferro e aço, principalmente do Brasil.[19] Seguindo as estimativas de 2,5 bilhões de toneladas de reservas de ferro no Uruguai, feitas pela mineradora britânica Zamin Ferrous, o país passou por batalhas judiciais e protestos ambientais contra os efeitos negativos da mineração a céu aberto.[20] O sistema judiciário uruguaio continuava a ouvir casos de investidores de mineração de minério de ferro em 2020, que buscavam explorar as reservas uruguaias.[21]
Impactos ambientais e sociais da energia no Uruguai
A diversificação do setor de energia renovável do Uruguai permitiu ao país, pela primeira vez, usar pela a energia eólica e solar de forma a preservar a água das barragens para uma melhor mitigação das secas.[5] Os protestos contra a mineração de minério de ferro provavelmente serão uma questão ambiental e social importante para o Uruguai ao longo da década de 2020.[22]
O Uruguai tem um Plano Nacional de Reassentamento para famílias em áreas propensas a inundações e pretende-se que seja um plano escalonável à medida que as condições mudam ao longo dos anos com os efeitos da mudança climática, que é reavaliado a cada cinco anos.[23]
Referências
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