Perfil energético – Trinidade e Tobago
Matriz de combustível (combustíveis fósseis versus renováveis)
Trinidade e Tobago obtém quase toda sua energia de hidrocarbonetos, tanto produzidos domesticamente quanto importados.[1][2] Graças ao suprimento abundante de combustíveis fósseis do país e à dependência econômica em relação ao petróleo e gás, as energias renováveis desempenham um papel insignificante na matriz energética nacional, apesar de alguns pequenos projetos solares em andamento[3] e o governo tenha começado a avaliação do potencial para energia eólica em alto mar e em terra.[4][5] Trinidade e Tobago estabeleceu uma meta de 10% para a produção de eletricidade renovável até 2021, que ainda não havia sido cumprida até o final do prazo.[6]
Metas de emissões de gases de efeito estufa
Trinidade e Tobago é responsável por menos de 0,1% do total de emissões globais de gases de efeito estufa.[7] No entanto, a população relativamente pequena do país e os altos níveis de produção de petróleo e gás se combinam para criar algumas das maiores cifras de emissões per capita do mundo[8][9][10], 90% das quais podem ser atribuídas ao setor de energia.[7] A partir de 2019, as emissões de CO2 per capita provenientes da queima de combustível (11,9 toneladas anuais) continuaram a ultrapassar outros países da América Latina e do Caribe por uma ampla margem.[11]
O país estabeleceu uma meta durante a Cúpula do Clima em Paris (2015) para a redução das emissões de GEE em 15% até 2021, gerando pelo menos 10% de sua eletricidade a partir da energia solar e eólica.[10] O plano de Contribuição Nacionalmente Determinada do governo, divulgado em 2018, prevê que os setores de geração de energia, transporte e indústria de Trinidade e Tobago reduzam suas emissões em 15% até 2030, em relação aos “business as usual”.[12]
Agências governamentais de energia
Ministério nacional de energia
O MEEI (Ministry of Energy and Energy Industries) administra os recursos de petróleo, gás e minerais de Trinidade e Tobago.[13]
Agências licenciadoras e regulatórias
O MEEI é o responsável pelo monitoramento, controle e regulamentação dos setores de energia e mineração do país.[13] A Regulated Industries Commission (Comissão para Setores Regulados) também atua como um regulador para o setor de energia.[14]
Empresas concessionárias de energia elétrica
A T&TEC (Comissão de Eletricidade de Trinidade e Tobago), do Ministério dos Serviços Públicos (Trinidad and Tobago Electricity Commission) é a responsável pelo setor elétrico.[15]
Companhia petrolífera nacional
Após o fechamento de sua refinaria obsoleta e insolvente em Pointe-à-Pierre, a estatal Petrotrin (Petroleum Company of Trinidad e Tobago) foi desmembrada em 2018 como uma medida de corte de custos. Reorganizada logo após com o nome Trinidad Petroleum Holdings Limited, sua nova subsidiária Heritage Petroleum Company assumiu a responsabilidade pela exploração, desenvolvimento, produção e comercialização de petróleo bruto doméstico, enquanto a Paria Fuel Trading Company lida com terminais, importação de produtos refinados, suprimentos e logística.[16][17][18]
Principais empresas de energia
A POWERGEN (Companhia de Geração de Energia de Trinidade e Tobago) é a maior produtora independente de energia do país.[19]
Dados de emprego do setor de energia
Apesar de suas contribuições significativas para o PIB e para as exportações, o setor de petróleo e gás de Trinidade e Tobago é responsável por menos de 5% dos empregos.[20]
Uso de eletricidade
Capacidade instalada
Em 2020, a capacidade elétrica instalada de Trinidade e Tobago era de 2417 MW.[1]
Produção
Trinidade e Tobago gerou 9,2 TWh de eletricidade em 2020.[1] Praticamente toda a eletricidade de Trinidade e Tobago nas últimas décadas foi gerada a partir de combustíveis fósseis domésticos.[1][3][21]
Demanda
O pico de demanda de energia elétrica em 2018 foi de 1.319 MW.[6]
Consumo
O consumo per capita de eletricidade em Trinidade e Tobago era de 5.975 kWh (2019).[22]
Carvão em Trinidade e Tobago
Trinidade e Tobago não tem reservas de carvão e não produz carvão. Em 2016, o consumo anual do país foi de 198 toneladas de carvão importado, o que colocou Trinidade e Tobago no 125º lugar mundial em consumo de carvão.[23]
Petróleo e gás natural em Trinidade e Tobago
Produção interna nacional
Trinidade e Tobago tem uma economia baseada em petróleo e gás, cujas principais exportações são hidrocarbonetos, petróleo e produtos derivados do petróleo e gás natural liquefeito.[3][20]
Em julho de 2021, os poços de gás offshore da empresa Shell atingiram o gás em dois dos poços de desenvolvimento mais profundos nas águas do país: Endeavor (20.000 pés / 6.096 metros) e Bounty ((16.000 pés, 4.877 metros).[24]
Consumo
Em 2019, o gás natural era responsável por cerca de 88% do consumo de energia de Trinidade e Tobago, com o petróleo representando um adicional de 11%.[22]
Exportações e importações
O petróleo bruto responde por mais de 40% das exportações de Trinidade e Tobago.[7] O país também é um grande exportador de gás natural[7]; a partir de 2021, apenas 8% da produção nacional de gás natural era necessária para a geração doméstica de eletricidade, com a maior parte do restante sendo exportada como GNL do Atlantic LNG Terminal.[21]
Reservas
A partir de 2018, se estimava que Trinidade e Tobago tinha 220,1 milhões de barris de reservas de petróleo e 10,53 tcf de reservas de gás natural.[7]
Novas fontes e projetos propostos
Os planos do governo prevêem a continuidade do desenvolvimento do gás natural com base nas reservas existentes, no futuro a médio prazo. O Ministro de Energia e Indústrias de Energia de Trinidade e Tobago declarou que o governo vê o gás natural como um combustível para fazer a ponte para uma matriz energética mais sustentável.[3]
Espera-se que Trinidad e Tobago aumente sua produção de gás natural entre 2021-2025, com sete projetos de gás natural previstos para começar durante este período.[25]
Transporte
Trinidade e Tobago possui vários gasodutos de gás natural em operação, incluindo Angelin Gas Pipeline, Cross-Island Pipeline, ECMA Development Gas Pipeline, NCMA Development Gas Pipeline e Tobago Gas Pipeline.[26] Outros gasodutos propostos para a região incluem o Dragon Gas Pipeline, o Grenada to Trinidad and Tobago Gas Network e o Inter-Caribbean Natural Gas Pipeline.
Energia renovável em Trinidade e Tobago
Trinidade e Tobago tem um histórico fraco de desenvolvimento da infraestrutura de energia renovável pois o país depende do gás natural há muito tempo.[27] O governo começou a reformular sua estrutura legislativa para facilitar a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, e há um movimento para a criação de uma agência de energia renovável dentro do Ministério de Energia.[27] Menos de 1% da energia de Trinidade e Tobago vinha de fontes de baixo carbono (em 2019).[22] Em 2020, BP, a Shell e a Lightsource venceram 1uma licitação para fornecer energia renovável em escala de rede no país.[27]
Em 2021, o mercado de energia solar de Trinidad e Tobago foi projetado para crescer de 3 MW de energia solar em 2020 para aproximadamente 184 MW em 2026.[28]
A partir de 2021, o governo iniciou o Programa de Avaliação de Recursos Eólicos (WRAP), que visa promover o uso de energia renovável, especificamente por meio de uma avaliação detalhada do potencial de produção de energia eólica.[29]
Ferro e aço em Trinidade e Tobago
A produção de aço bruto em Trinidade e Tobago está em queda desde 2003.[30] Trinidade e Tobago sofreu uma queda drástica na produção e exportação de aço após o fechamento, em março de 2016, da usina siderúrgica Point Lisas da ArcelorMittal.[31] As exportações de ferro também sofreram um impacto devido ao fechamento temporário da planta de redução direta de ferro da Nucor em 2020 (causado pela pandemia de Covid-19).[32]
Impactos ambientais e sociais da energia em Trinidade e Tobago
As avaliações de impacto ambiental em Trinidade e Tobago são um algo relativamente novo e se concentram mais nas avaliações pós-desastre do que na criação de estratégias preventivas para a gestão ambiental no setor de petróleo e gás.[33] As punições destinadas a deter as violações ambientais são ineficazes porque não existem recursos adequados para monitorar o setor de forma adequada.[33] O setor de petróleo e gás afeta de forma desproporcional as zonas úmidas, os recursos costeiros e as comunidades rurais.[34] Os principais riscos para a infraestrutura petrolífera, devido aos efeitos das mudanças climáticas, são o aumento do nível do mar e as tempestades.[35]
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